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A poucos dias do fim do programa Big Brother Brasil 2021, termos como “cancelamento” e “linchamento virtual” voltaram a fazer parte do imaginário dos brasileiros para explicar reações exageradas às atitudes dos participantes do programa. Karol Conká, Nego Di, Projota e Lumena, por exemplo, deixaram “a casa” com enormes taxas de rejeição e, na vida real, precisaram lidar com o “cancelamento” dos seus seguidores nas redes sociais. 

Tudo isto porque suas opiniões e atitudes em relação a outros participantes desagradaram a maioria esmagadora dos fãs do BBB e os transformaram em “personas non gratas” na vida de quem antes gostava de acompanhar suas carreiras e seu dia-a-dia. Não foram poucos os casos de pessoas que, inclusive, atacaram os brothers em suas redes sociais com ofensas e agressividade. 

Repertório de redação

E, antes que você o cancele o Blog do Sigma por estarmos falando de Big Brother Brasil, explicamos: entender os conceitos de cancelamento e linchamento virtual tem tudo a ver com vestibular. Afinal, são temas que podem te ajudar a criar repertório para fazer uma boa redação! 

O uso de tais expressões não é novo: sempre que alguém toma uma atitude ou emite uma opinião que contraria a maioria da internet,  forma-se uma legião de pessoas motivadas a fazer justiça a qualquer custo. E as consequências podem ser nefastas. Mensagens de ódio, ameaças, ataques a familiares e ofensas sem limites são ações de linchamento virtual que podem refletir inclusive na integridade física e na saúde mental das vítimas. 

O  que é linchamento virtual?

Esse fenômeno ocorre quando uma pessoa é atacada, ofendida e massacrada pela opinião pública sem qualquer direito de defesa. O linchamento virtual ocorre pela divulgação massiva de vídeos, fotos, prints e postagens sobre a vítima, assim como memes e figurinhas de aplicativos com teor ofensivo. Palavras de ódio, execrações, humilhações e até ameaças são proferidas nas redes sociais, podendo resultar em danos reais para a vida privada das pessoas. 

Em resumo, é um ataque virtual massivo à reputação da vítima, que sofre uma verdadeira condenação pelo “tribunal da internet”. Em outras palavras, refere-se à prática virtual de boicote a pessoas famosas ou não por alguma violência que cometeram ou por afirmações consideradas moralmente erradas por um grupo. 

O que motiva o linchamento virtual?

Em geral, esse comportamento ocorre quando alguém personifica algum problema social e acaba se tornando”bode expiatório”, como se fosse a única causa de problemas que em geral são mais complexos. No ambiente virtual, a falta de contato físico entre os  envolvidos cria um ambiente mais propício às ofensas, pois os agressores sentem-se “protegidos” por trás das telas e emitem opiniões e comentários que provavelmente não fariam pessoalmente. 

A falsa ideia de que há impunidade na internet também incentiva a prática dos linchamentos virtuais. Porém, já há leis que protegem as vítimas desses ataques de até mesmo delegacias especializadas em crimes virtuais que podem ser acionadas. 

A cultura do cancelamento

Em 2017, a mobilização de vítimas de assédio e abuso sexual na indústria do entretenimento nos Estados Unidos incentivou o movimento #MeToo, que iniciou quando atrizes de Hollywood passaram a compartilhar, nas redes sociais, suas histórias de assédio sexual usando a hashtag. Este movimento resultou na condenação do poderoso produtor Harvey Weinstein por abuso sexual. 

Em geral, nas redes sociais, o cancelamento de pessoas famosas ocorre quando elas assumem posições ou fazem afirmações que não são mais toleradas na sociedade, muitas vezes ligadas ao racismo, ao machismo, à xenofobia e à homofobia, entre outros exemplos. 

O cancelamento resulta na exclusão da personalidade da vida virtual de quem se sentiu ofendido, podendo levá-la ao ostracismo.É uma espécie de boicote a indivíduos, geralmente celebridades, que compartilharam opiniões questionáveis ou controversas. 

Consequências do cancelamento

Quando uma pessoa é cancelada, ela acaba condenada ao isolamento sem ter chances de se defender, Muita gente, inclusive, pratica o cancelamento sem ter certeza sobre os motivos que provocaram o boicote. 

Para  refletir: ao invés de reagir agressivamente a opiniões divergentes, não vale a pena conversar sem julgar para entender o contexto? Quando oferecemos a possibilidade de defesa aos nossos interlocutores, aumentamos a chance de entender os motivos que o levaram a praticar a atitude que nos desagradou e até incentivá-lo a rever as próprias atitudes.