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Racismo estrutural no BBB 2024? Entenda a polêmica
O comportamento dos participantes do reality show Big Brother Brasil 2024 (BBB 2024) em relação ao “brother” Davi Brito gerou um debate do lado de fora da “casa”. Afinal o jovem baiano, que trabalha como motorista de aplicativo, estaria sendo vítima de racismo estrutural?
Quem acompanha o programa já percebeu que existe uma certa “animosidade” de grande parte dos participantes em relação a Davi. Nas últimas semanas, seus adversários xingaram, brigaram, ameaçaram e combinaram votos contra ele de maneira sistemática. E mesmo os aliados do rapaz mantém um certo distanciamento, com receio de “jogar junto” com o participante.
Muito embora os participantes do BBB 2024 argumentem que possuem motivos “de jogo” para boicotar Davi, quem assiste os embates diários fica com a impressão que existe uma explicação a mais para as divergências: Davi estaria sido vítima de racismo estrutural, ou seja, um reflexo do racismo não declarado da nossa sociedade, cuja estrutura privilegia algumas raças em detrimento de outras com base na discriminação.
Independentemente do desenrolar do BBB 2024, o tema é importante e pode ser assunto de Enem e vestibulares. Por isso, o Colégio Sigma Londrina vai explicar o assunto para você.
O que é racismo?
De acordo com o portal Politize, o racismo relaciona-se a uma ideia discriminatória entre os seres humanos baseada nas diferenças externas e corporais que possuem. Essas diferenças, ainda, seriam uma manifestação de superioridade ou inferioridade de determinados grupos em detrimento de outros, estabelecendo uma visão de hierarquia entre as raças.
O racismo envolve não apenas o preconceito e a discriminação, mas também todas as relações sociais, políticas, jurídicas e econômicas que desfavorecem uma pessoa ou grupo por conta de sua raça. Um exemplo hipotético seria uma tendência de realização de abordagens policiais truculentas contra indivíduos apenas devido à sua raça.
A origem do racismo tem explicação histórica. Nas civilizações ocidentais, com destaque para as Américas, a dominação imposta pelos colonizadores nas populações nativas dos países colonizados é um dos fatores que explica o fenômeno.
Em grande parte das civilizações ocidentais, em especial nas Américas, o racismo, entre outros fatores, tem origem na dominação imposta pelos colonizadores nas populações nativas dos países colonizados.
Aqui no Brasil, por exemplo, durante todo o período colonial e imperial, povos indígenas e africanos foram escravizados com base na concepção de inferioridade atribuída pelos colonizadores.
“Ou seja, o modo de vida, a cultura e a forma de se relacionar desses grupos eram vistas como algo não civilizado pelos colonizadores e, portanto, era preciso implementar um processo civilizatório para ensinar esses povos a viverem a partir do modelo de vida europeu”, explica o portal Politize.
Diante da imposição de uma cultura sobre a outra e a inexistência de direitos para os grupos negros e indígenas por aproximadamente quatro séculos, perpetua-se em países como Brasim e Eua a visão de inferioridade desses grupos, mesmo após a abolição da escravidão.
A herança escravocrata é percebida nas relações que foram construídas durante anos na sociedade brasileira com base na crença equivocada de inferioridade das raças escravizadas, incluindo costumes, valores e comportamentos.
Mesmo após a promulgação da Lei Áurea, a discriminação racial segue presente nas relações sociais e econômicas, visto que a libertação não trouxe garantias fundamentais diretas aos negros, como o ingresso ao mercado de trabalho, direito à educação, saúde e moradia.
As bases da sociedade construídas até então eram sustentadas pelo racismo e não deixaram de existir após a libertação dos escravos.
O que é racismo estrutural?
“A herança discriminatória da escravidão (todas as relações com base na ideia de inferioridade dos negros que foram transmitidas) em conjunto com a falta de medidas e ações que integrassem os negros e indígenas na sociedade, como políticas de assistência social ou de inclusão racial no mercado de trabalho, gerou o que se entende por racismo estrutural, ou seja, uma discriminação racial enraizada na sociedade”, define o portal Politize.
O racismo estrutural, portanto, não diz respeito ao ato discriminatório isolado, mas representa um processo histórico em que condições de desvantagens e privilégios a determinados grupos étnico-raciais são reproduzidos nos âmbitos políticos, econômicos, culturais e até mesmo nas relações cotidianas.
Na prática, isso fica evidente em várias situações do cotidiano, como a baixa ocupação dos cargos de chefia das grandes empresas por pessoas negras e, do outro lado, os homens negros serem os que mais sofrem mortes violentas no Brasil. Segundo o IBGE, a diferença salarial entre negros e não negros, tanto em ocupações formais quanto informais, chega a até 73%
O racismo estrutural, portanto, se expressa nas desigualdades raciais presentes na sociedade, sejam elas políticas, econômicas ou jurídicas. Combater o problema não é simples e depende de ações afirmativas, ou seja, políticas que visam beneficiar pessoas pertencentes a grupos discriminados e vitimados pela exclusão socioeconômica no passado ou no presente, como é o caso da Lei das Cotas.
E aí? Está preparado para debater sobre racismo estrutural no Enem e nos vestibulares?
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Fonte: www.politize.com.br