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23 JUN O que são minorias? Assunto foi debatido na primeira edição do Sigma Podcast

O que são minorias? Assunto foi debatido na primeira edição do Sigma Podcast


Você sabe o que são minorias? E já parou para pensar se você pertence a algum grupo minoritário? E mais: já refletiu quais são seus privilégios em comparação a outras pessoas? Essas são algumas das questões levantadas no primeiro episódio do Sigma Podcast, um projeto do Curso e Colégio Sigma, em Londrina, cujo objetivo é debater temas atuais e relevantes para apoiar estudantes do Ensino Médio e vestibulandos a formarem repertório sociocultural tão importante para as provas de redação e conhecimentos gerais dos principais vestibulares e ENEM. 

A primeira edição teve como “host” a professora Cláudia Pavanello, que recebeu os professores Alex Eleotério e Samuka Araújo para um bate-papo cheio de conteúdo sobre o tema. “Vamos discutir assuntos importantes para entender o mundo, a vida em que os estudantes estão inseridos e, claro, criar repertório para redação”, conta Cláudia. “A ideia é que seja bem diferente de uma aula, pois vamos bater papo”, reforça. 

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O que são minorias?

O conceito de minoria não é numérico, mas diz respeito a grupos sociais com menos acesso a trabalho, renda, educação, cultura e às esferas de poder, entre outros. São grupos com menor representação na sociedade e que apresentam fragilidades socioeconômicas, como é o caso de pessoas não brancas, mulheres, pessoas com deficiência, comunidade LGBTQUIA+ e muitos outros exemplos.  

Na história, esse termo surge em 1850, junto aos primeiros movimentos de trabalhadores e também de mulheres. Não são considerados minorias os grupos em menor quantidade na sociedade, mas aqueles marginalizados, ou seja, que são postos de lado por aspectos políticos, sociais, étnicos e econômicos, dificultando o acesso à cidadania. 

Mulheres: maioria numérica, mas minoria na garantia de direitos

Os professores do Sigma exemplificam o conceito de minorias a partir da situação das mulheres, que no Brasil são a maioria da população, mas não são o grupo mais representado na política, no mercado de trabalho e nas posições de liderança, tanto nas empresas como em outras esferas da sociedade. 

Cláudia usou o próprio exemplo para aprofundar a discussão: como professora de cursinho pré-vestibular, ela está acostumada a ser minoria nas instituições de ensino e já ouviu de colegas que isso se explica porque a voz da mulher “irrita” e até mesmo que cursinho não têm espaço para pessoas que podem engravidar. Lembrou, por outro lado, que é branca e teve acesso a estudos, o que a coloca em uma posição de privilégio em relação a outras mulheres. A conclusão dos debatedores foi que não é possível categorizar uma minoria sem considerar critérios étnicos, de classe e renda.

Como reconhecer que você faz parte - ou não - de uma minoria?

Os participantes do podcast destacaram que esse assunto mexe definitivamente com as pessoas! Isso porque nos leva a refletir sobre nossos próprios privilégios e o medo de que essa condição seja alterada caso haja mudanças no acesso a direitos por parte das minorias. E aí vem o recado: sujeitos que não se entendem como minoria devem reconhecer seus privilégios, e isso não implica em culpa. 

Mas… como se reconhecer como minoria? Se você precisa negar sua sexualidade, cor, classe social ou religião, há uma grande possibilidade de você ser uma minoria. Fiéis de religiões islâmicas ou de matriz africana, por exemplo, sentem medo de publicizar suas crenças. E o mesmo ocorre entre as pessoas que não se encaixam no padrão heteronormativo em relação à sexualidade ou identidade de gênero. 

No caso das mulheres, nossos professores lembraram que foram invisibilizadas pela sociedade patriarcal. No Brasil, por exemplo, elas só podem votar desde 1932 e esse direito, no início, alcançava apenas mulheres alfabetizadas, que não eram muitas naquela época. 

As minorias têm sido caladas ao longo da história e o motivo é o medo da reação da sociedade ao que deveria ser dito. Dessa forma, não conseguem falar das próprias angústias, que acabam não sendo reconhecidas como legítimas simplesmente porque não são as mesmas angústias da maioria. 

Na conclusão, os debatedores destacam que as minorias são reconhecidas por sua condição de vulnerabilidade, pelo questionamento da identidade, na luta contra os privilégios e pela estratégia discursiva de apagamento das diferenças. O caminho para uma sociedade mais igualitária, para eles, passa necessariamente pelo diálogo: quem se fecha ao entendimento das diferenças recai na ignorância.