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Fuvest muda formato da redação no vestibular a partir de 2026
A Fuvest anunciou mudanças no formato da redação do vestibular que seleciona candidatos para a Universidade de São Paulo (USP). A partir de 2026, os candidatos não serão mais avaliados exclusivamente por textos dissertativos-argumentativos. O exame passará a cobrar a produção de diferentes gêneros textuais, como carta, crônica, discurso e post de internet.
A alteração busca diversificar as habilidades exigidas dos candidatos e acompanha tendências já adotadas por outros vestibulares, como o da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Desde 2015, a Unicamp inclui na prova propostas variadas de produção textual. Na edição mais recente, por exemplo, os candidatos puderam escolher entre escrever uma carta denunciando trabalho doméstico análogo à escravidão ou elaborar um discurso sobre refugiados e asilo político.
Com essa mudança, a Fuvest pretende avaliar a capacidade dos candidatos de se adaptar a diferentes situações de comunicação, ampliando a exigência para além do modelo tradicional de redação.
Para a coordenadora pedagógica do Ensino Médio do Colégio Sigma de Londrina,Silvia Helena Raimundo, a mudança acompanha a reformulação do ensino médio e a tendência de outros vestibulares. "Acredito que alinhar a tendência atual das provas do Enem e das mudanças no ensino médio é fundamental. Diversificar os gêneros textuais na redação da Fuvest reflete essa transformação e amplia a forma como os candidatos demonstram suas habilidades."
Outras mudanças no vestibular da Fuvest 2026
Mesmo com as mudanças anunciadas, o formato geral do vestibular permanece o mesmo. A primeira fase continuará com 90 questões de múltipla escolha. Na segunda fase, o primeiro dia contará com 10 questões dissertativas de Língua Portuguesa e a redação. No segundo dia, os candidatos responderão a 12 questões dissertativas de disciplinas específicas, conforme a carreira escolhida.
Além da reformulação na redação, outras mudanças incluem a inclusão formal de novos componentes curriculares no vestibular. A partir da próxima edição, serão cobrados conteúdos de filosofia, sociologia, educação física e artes. Esses temas já fazem parte do currículo do ensino médio, mas não eram exigidos oficialmente na Fuvest. A atualização do conteúdo programático segue as diretrizes da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), que organiza os conteúdos escolares em quatro áreas de conhecimento: linguagens, matemática, ciências da natureza e ciências humanas.
Outra alteração envolve a estrutura das perguntas, que passam a ter um caráter mais interdisciplinar. Assim como no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), as questões integrarão disciplinas dentro de uma mesma área de conhecimento, permitindo uma abordagem mais contextualizada e aplicada à realidade.
Mesmo com as mudanças, a Fuvest reforça que continuará exigindo conhecimento dos candidatos, garantindo que as questões sejam compreensíveis e alinhadas ao contexto educacional dos estudantes.
Lista de livros obrigatórios
A Fuvest 2026 também terá, pela primeira vez, uma lista de leitura obrigatória só com obras escritas por mulheres.
A nova lista é composta somente de mulheres autoras de língua portuguesa, contemplando as escritoras brasileiras e estrangeiras Clarice Lispector, Conceição Evaristo, Djaimilia Pereira de Almeida, Julia Lopes de Almeida, Lygia Fagundes Telles, Narcisa Amália, Nísia Floresta, Paulina Chiziane, Rachel de Queiroz e Sophia de Mello Breyner Andresen.
Saiba mais sobre a nova lista de obras literárias da Fuvest aqui.