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É hora de reconhecer o valor das mulheres na ciência
Você sabia que a pesquisadora Marie Curie nasceu em 1867 e foi pioneira nos estudos de radioatividade clássica? Ela descobriu os elementos polônio e rádio e, por seus estudos, foi a primeira mulher a ganhar um prêmio Nobel.
Outra mulher, Ada Lovelace, criou o primeiro algoritmo processado por uma máquina e, por isso, entre homens e mulheres, é a primeira programadora da história.
Muito antes delas, Hipátia de Alexandria, nascida no ano 370, em Alexandria, no Egito, desenvolveu pesquisas em astronomia, física e filosofia e é considerada a primeira mulher matemática da história. Sua pesquisa, entretanto, foi considerada heresia por um grupo de cristãos e por isso ela foi assassinada.
Mais oportunidades para elas
A participação das mulheres na ciência ao longo da história é revolucionário, mas o reconhecimento dado às suas conquistas nem sempre corresponde à grandiosidade de seus feitos. A desigualdade de gênero presente na sociedade se repete também na pesquisa científica. Dados da Unesco indicam que as mulheres correspondem a apenas 28% do cenário científico no mundo.
E isso não ocorre por falta de capacidade, mas por falta de oportunidades. Na infância, por exemplo, enquanto os meninos são incentivados a brincar de montar, desmontar, pesquisar e aprender, as meninas continuam ganhando panelinhas e bonecas. E essas sutis diferenças de gênero acabam sendo perpetuadas pelo resto da vida
Sigma apoia as mulheres nas ciências
No Sigma nós acreditamos que lugar de mulher é nas ciências e incentivamos a todas e todos a se engajarem nos estudos da disciplina. No ano passado, tivemos quatro medalhistas do sexo feminino como medalhistas na Olimpíada Nacional de Ciência. Conheça um pouco mais sobre elas!
Conhecimentos profundos de ciências
Giulia Doná, 17, participou da Olimpíada quando cursava o terceiro ano do Ensino Médio e foi premiada com a medalha de prata. “Não foi minha primeira vez fazendo as provas. Participei quando estava no primeiro ano e me classifiquei para a segunda fase”, conta.
Em 2020, ela finalizou a Olimpíada e foi medalhista! “São provas que englobam conhecimentos profundos de ciências, foi legal poder comparar seu conhecimento com um modelo nacional”, analisa, destacando que a experiência a ensinou a ser mais perseverante na realização de provas e a valorizar meu conhecimento.
Ela destaca que o mundo científico foi bloqueado às mulheres por muitos séculos e que a participação delas precisa ser incentivada. “Atualmente a situação tem se revertido, porém, a segregação de gênero ainda existe nessa área”, diz.
Desenvolvimento do raciocínio e da lógica
Layssa Yuuna Itinose, 17 anos, está na terceira série do Ensino Médio, já participou de várias olimpíadas e na edição de 2020 foi medalhista de bronze. “Me sinto feliz com o resultado. Como a prova da segunda fase é dissertativa, não sabia se tinha ido bem, então, fiquei um pouco surpresa e orgulhosa da minha conquista”, conta.
As olimpíadas ajudaram a relembrar conteúdos e testar os conhecimentos, além de entrar em contato com temas que não são muito estudados na escola. Para Layssa, as provas ajudam a desenvolver o raciocínio e a lógica. “Quando não sei claramente a resposta de uma questão, procuro desenvolver um caminho para chegar em uma solução por meio de associações, usando conhecimentos que já tenho, interpretação do texto e etc. Além disso, quando fazemos uma prova,estamos treinando para o vestibular, testando o tempo, o raciocínio e o nervosismo. E mais um benefício é que algumas universidades tem algumas vagas para o ingresso por meio de premiações em olimpíadas científicas”, enumera.
Para a medalhista do Sigma, a participação das mulheres nas ciências “é essencial”. “Muitas vezes, mesmo existindo muitas mulheres cientistas, não se fala muito nelas. Existem preconceitos e desigualdade. Quando se incentiva meninas a se desenvolverem nas ciências, e em outras áreas também, isso ajuda a mostrar que nós temos capacidade e podemos fazer e ser o que quisermos, e dessa forma auxilia a diminuir as desigualdades”, opina.
Reconhecimento pela dedicação aos estudos
Marie Augusta Squarça e Silva, 17, foi medalhista de bronze na Olimpíada Nacional de Ciências e conta que a experiência foi muito boa. “Já participei de diversas olimpíadas de conhecimento e vejo como um ótimo treino para concursos e provas, ajuda a treinar conhecimentos que já venho estudando e também conhecimentos de mundo que são cobrados nas provas”, relata.
Além de dar uma boa ideia de como seria uma prova mais específica e aprofundada, ela considera que olimpíadas são boas oportunidades para treinar a organização do tempo de prova, a ordem de resolução e articular os pensamentos nas provas dissertativas.
“Sendo medalhista, me sinto feliz não só pelo prêmio, mas por que a medalha representa todo o esforço que tenho colocado nos estudos nos últimos anos. É um reconhecimento palpável do meu trabalho enquanto estudante”, afirma, destacando que as olimpíadas ajudam, também, a construir a confiança como estudante, pois os alunos em geral ficam inseguros quanto ao conhecimento que possuem.
Defensora das mulheres nas ciências, ela lembra que, nos últimos séculos, muitas mulheres abriram caminho para que outras pudessem se desenvolver na ciência, uma das áreas que por muito tempo foi dominada apenas pelo sexo masculino.
“Considerando a luta para as mulheres conquistarem seu espaço nas ciências, cabe às novas gerações aproveitar o espaço conquistado, abrir novos caminhos e contribuir com o trabalho científico. Nosso lugar enquanto mulheres é onde nós quisermos, inclusive no mundo científico. “