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Atualizado em 02/10/2024

O Oriente Médio enfrenta uma nova fase de tensão, desta vez envolvendo diretamente Israel e o grupo Hezbollah no Líbano, onde a organização é sediada. Nas últimas semanas, Israel intensificou seus ataques aéreos contra o Líbano, com foco em alvos do Hezbollah, uma organização militar e política xiita. 

Após dias de bombardeios em Beirute e no sul do Líbano, Israel lançou uma ofensiva terrestre, com incursões limitadas, para enfraquecer as forças do Hezbollah, consideradas uma ameaça imediata à sua segurança. O contexto atual do conflito e as origens históricas dos ataques podem ser cobrados no vestibular e no Enem. Por isso, o Colégio Sigma, especializado em ensino médio e cursinho pré-vestibular em Londrina, preparou um guia para te ajudar a entender a história. Acompanhe!

Morte de Hassan Nasrallah

O ponto mais marcante da atual ofensiva de Israel no Líbano foi a morte de Hassan Nasrallah, líder do Hezbollah, em um ataque aéreo. Nasrallah era uma figura central no grupo, que tem grande influência no Líbano e apoio direto do Irã. A morte dele foi um grande golpe para o Hezbollah, mas o grupo ainda mantém um poderoso arsenal de foguetes e mísseis, muitos de longo alcance, o que mantém a tensão na região.

A recente escalada de confrontos tem preocupado a comunidade internacional, pois o conflito ameaça se expandir para toda a região, potencialmente afetando outros países.  

Também no Oriente Médio, a região conhecida como Faixa de Gaza assiste a um conflito sangrento entre Israel e Palestina.

Escalada de conflitos

O conflito entre Israel e o Hezbollah é antigo, mas voltou a crescer após quase um ano de trocas de hostilidades na fronteira. Em resposta aos ataques do Hezbollah, que alvejaram comunidades israelenses no norte do país, Israel iniciou bombardeios intensivos e, recentemente, incursões terrestres. 

Além disso, o Irã, um dos principais aliados do Hezbollah, tem sido acusado de apoiar o grupo com armas e tecnologia, e teria lançado mísseis diretamente contra Israel, o que complicou ainda mais a situação.

No lado libanês, a situação humanitária é alarmante. Segundo o governo do Líbano, os ataques israelenses já deixaram mais de mil mortos, muitos deles civis, incluindo crianças e mulheres. Cerca de um milhão de pessoas já fugiram de suas casas para escapar da violência.

Origem do conflito

Para entender o contexto atual, é preciso voltar no tempo e analisar as origens históricas do conflito entre Israel e o Hezbollah. O grupo militante surgiu como resposta direta às invasões de Israel no Líbano, nos anos 1970 e 1980.

Em 1978, e novamente em 1982, Israel invadiu o sul do Líbano com o objetivo de expulsar os militantes palestinos que utilizavam o território libanês para lançar ataques contra Israel. Naquela época, o Líbano estava mergulhado em uma guerra civil, com diversas facções religiosas e políticas lutando pelo controle do país. A presença de refugiados palestinos no sul do Líbano, resultado da ocupação israelense da Palestina, complicava ainda mais a situação.

A invasão de 1982, conhecida como "Operação Paz para a Galileia", foi um dos maiores conflitos entre Israel e o Líbano. Durante essa incursão, Israel cercou Beirute e forçou a retirada da Organização para a Libertação da Palestina (OLP) da capital libanesa. Porém, essa ocupação israelense também deu origem ao Hezbollah, um grupo de resistência formado por muçulmanos xiitas com apoio do Irã.

Surgimento do Hezbollah

O Hezbollah, que significa "Partido de Deus" em árabe, surgiu oficialmente em 1985, mas suas raízes remontam ao período da ocupação israelense. Com financiamento e treinamento fornecido pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã, o Hezbollah se fortaleceu como uma força paramilitar no sul do Líbano. Seu objetivo inicial era lutar contra a ocupação israelense e, mais tarde, defender os interesses da população xiita no país.

Mesmo após a retirada de Israel do sul do Líbano em 2000, o Hezbollah manteve suas armas e continuou a atuar como uma força militar e política. O grupo também se envolveu diretamente em outro conflito com Israel, em 2006, quando lançou uma série de ataques transfronteiriços que resultaram em uma guerra de 34 dias, causando milhares de mortes de ambos os lados.

Divisão política e religiosa no Líbano

Outro fator importante que alimenta o conflito é a divisão política e religiosa no Líbano. Desde a independência do país, em 1943, o poder político foi distribuído entre as diversas comunidades religiosas, como cristãos maronitas, muçulmanos sunitas e xiitas, além dos drusos. O Hezbollah representa grande parte da comunidade xiita e tem uma influência significativa no governo do país.

A guerra civil libanesa (1975-1990) também deixou cicatrizes profundas no país, com divisões sectárias e rivalidades internas ainda muito presentes. O Hezbollah se tornou uma das principais forças no Líbano, tanto militarmente quanto politicamente, complicando a estabilidade do governo central.

O papel do Irã 

O Hezbollah não atua sozinho. O grupo recebe apoio financeiro, militar e logístico do Irã, o que faz do conflito uma disputa mais ampla de influência no Oriente Médio. Israel, por sua vez, conta com o apoio dos Estados Unidos e de outros aliados ocidentais. Isso faz com que o conflito entre Israel e Hezbollah tenha repercussões muito além das fronteiras do Líbano e de Israel, afetando a política regional e internacional.

Possíveis desdobramentos

A situação atual permanece volátil, com o risco de uma guerra em larga escala crescendo a cada dia. A comunidade internacional tem feito apelos por uma solução diplomática, mas as tensões entre Israel, Hezbollah e Irã complicam qualquer tentativa de cessar-fogo imediato.

O futuro do conflito é incerto, mas o que se sabe é que as raízes históricas e os interesses regionais tornam esse um problema difícil de ser resolvido rapidamente.

Por que é importante saber sobre o conflito entre Israel e Hezbollah?

Para quem está se preparando para o vestibular, é importante entender que o conflito entre Israel e o Hezbollah vai além de um simples confronto militar. Ele envolve questões políticas, religiosas e territoriais que impactam toda a região do Oriente Médio. A escalada recente pode ter consequências devastadoras não só para Israel e o Líbano, mas também para outros países vizinhos.

Esses acontecimentos são o reflexo de décadas de disputas que remontam ao período da criação do Estado de Israel, às tensões com países árabes e à presença de refugiados palestinos em várias partes da região. 

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Fonte: BBC Brasil